Hip Hop X Capitalismo: resistir ou reproduzir?

Trabalhar com a cultura Hip Hop é aprender a conviver com o descontrole... Ter controle é ter poder, domínio e autoridade sobre alguém ou sobre algo. Quem controla exerce a função de estabelecer o curso das operações, assim, o controle se encerra em si mesmo, diferente de direcionar, que significa orientar, apontar. O controle exige sentinela, espreita, fiscalização, exame... e uma das formas de ter controle é vigiar. Mas isso é necessário mesmo? Será verdade que "o homem é o lobo do homem"? Aprendemos a ser observados a todo instante com o objetivo de nos protegermos de nós mesmos.


Numa acepção bastante ampla, a lei abrange os costumes e todas as normas produzidas pelo Estado. Por fracassar enquanto conjunto de normas baseadas na experiência das relações humanas (para atingir a liberdade e a igualdade entre os cidadãos), a lei justificaria também o castigo. Sim, outra maneira de ter controle é castigar. "Manda quem pode, obedece quem tem juízo". Essa relação de poder pressupõe hierarquia, pois existem duas posições distintas: a de quem está sendo observado e, por desobediência, será punido; e a posição de quem está mandando, vigiando e punindo.


Caso Rafael Braga, preso no Rio de Janeiro com uma garrafa de desinfetante.

Com uma estética marginal, clandestina, independente, o Hip Hop essencialmente é descontrole. Descendente dos movimentos de luta pelos direitos civis (1960), no fundamento o Hip Hop propõe uma transformação da consciência, dos valores e do comportamento. Filho das "minorias étnicas ou culturais" sem lugar definido em sindicatos ou partidos, deixa muita gente na dúvida sobre a pergunta: "Isso é político?"


Os focos de contestação do Hip Hop são os mesmos focos de contestação da "contracultura" - a intimidade da família burguesa, a escola, a universidade, a música, os movimentos sociais e a rua. Contestação do modo de vida da família tradicional, dos bons costumes, do senso comum, do falso moralismo, contestação da hipocrisia, do sistema, do establishment, contestação da doença. Uma cultura ameaçada por todos os poderes globais, inclusive o político do Estado central.


Eminem lança diss para Donald Trump (2017)


Radicalmente o Hip Hop foi fundado com o espírito da "contracultura" (especialmente os EUA) marcado por diversas manifestações da cultura jovem, como o Black Power (Poder Negro), Gay Power (Poder Gay), Women's Lib (The Women's Liberation Movement), entre inúmeros outros grupos excluídos dos espaços políticos tradicionais.


Uma juventude que sentia a necessidade de se rebelar marcou o final da década de 1960 e já dava indícios do que seria os anos 70.


O grande símbolo de coragem na "contracultura" são os negros. Excluído do "American Way of Life", o negro adquire um potencial de revolta incontrolável. Aliado do jovem branco de camadas médias que se rebela diante do sistema, o negro é a fonte de recusa do senso comum em toda a contracultura, pelo hedonismo underground tão bem encarnado nas figuras de Betty Davis (1970') a Snoop Dogg.


Betty Davis ficou conhecida como a voz das feministas: "Eles dizem que sou diferente."


No Brasil dos anos de 1970, negras e negros eram inspirados pelo movimento "Black Power" e influenciados pela volta de Abdias Nascimento dos EUA. O "Poder Negro" foi o caminho daquela nova vanguarda de militância, e é importante enfatizar a importância de Lélia Gonzales, que, junto com outras lideranças negras, fundou o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial, em São Paulo, no dia 7 de junho de 1978, rebatizado de Movimento Negro Unificado. O MNU lutou para fazer a população negra sair das salas de debates e das atividades lúdicas e esportivas, para ações de confronto aos atos de racismo.


Lélia Gonzales protagoniza a Ação do Movimento Negro Unificado (MNU) - Zumbi está ao vivo - Ato público na Cinelândia. Rio de Janeiro, 1983. Acervo JG/Foto: Januário Garcia


Foi nesse contexto que o Hip Hop começou a chegar no Brasil. Muitos artistas negros encontraram um vetor musical e político em suas manifestações de orgulho e restauração da herança africana. Tony Tornado e outros que trouxeram vivências e sonoridades americanas para o Brasil, empreenderam todo um esforço que culminou nos "Bailes Black". Esses eventos reuniam multidões nos subúrbios cariocas e nas periferias de São Paulo, e conectavam as narrativas nacionais aos discursos do movimento "Black Power", culminando no sucesso de artistas como Wilson Simonal, Gerson King Combo, Tim Maia, Tony Frankie, Cassiano e vários outros.


Elza Soares ("Elza pede passagem" 1972) / Foto: Internet

O baile era musicalidade, conexão, entrega, zoeira e também sempre foi um ato político. No contexto da ditadura militar, todas essas formas de se envolver com o movimento representavam algumas das diversas vozes da resistência negra. “Say it loud - I’m Black and I’m Proud”... James Brown foi a grande influência de toda essa geração. A música se propagava assim como as histórias. Por isso, os "Bailes Black" foram duramente perseguidos pela ditadura militar...


Tony Tornado (1970') / Foto: Internet


Na década seguinte, em meados dos anos de 1980, Nelson Triunfo comandava uma revolução cultural, no centro de São Paulo. Ao som do boombox (toca-fitas), o "Homem Árvore" atraía multidões ao dançar clássicos do soul e do funk, ocupando os espaços públicos com a vanguarda da cultura black.


Em tempos de ditadura, a visibilidade de Nelson era uma afronta e tanto, com seu cabelão, no meio dos militares, foi preso várias vezes para averiguação... É reconhecidamente o fundador da cultura Hip Hop no Brasil, com o "Black Power", ajudou muitas pessoas a assumirem sua identidade e ter orgulho da sua negritude.



Com influência do Black Panther’s Party, o  grupo Racionais MC's conserva a atitude Black Power (2010')


1990: o Public Enemy lança a música “Fight the Power” com o álbum “Fear a Black Planet”. O clipe dirigido por Spike Lee ganha notoriedade, e apresenta uma série de referências à “Marcha sobre Washington por trabalho e liberdade” ou “Marcha dos Direitos Civis” (1963).

Uma cultura de mosaico, com um povo do mosaico de povos do mundo. Conhecer a cultura Hip Hop não é simplesmente conhecer uma música, um jeito de se vestir, dançar, pensar e falar. A vivência do Hip Hop é todo um processo de caminhada que não tem fim. Mais que uma estrada pela qual a gente atravessa, é a vida a partir do reconhecimento da travessia. Viver o Hip Hop não é uma escolha, uma preferência... mas uma responsabilidade perante à vida. Tem uma dimensão ideológica, porque falamos aqui de uma busca individual que colhe as diferenças unidas na igualdade. Com a sua dialética própria, não é uma cena, não é uma moda. O Hip Hop é uma nação sem limites definidos.

No Brasil, o grupo de São Paulo, Racionais MC's, foi o marco a partir do qual o Rap foi ganhando cada vez mais popularidade. O documentário “Mil Trutas, Mil Tretas” (dirigido por Mano Brown) oferece uma ideia da militância do grupo. O caráter de luta é inerente ao Rap, sendo fundamental no processo de expansão de seu estilo…


Na década de 1990, o movimento Hip Hop se desenvolve no Rio de Janeiro, florescendo em diversas regiões, e especialmente na Lapa, bairro localizado na região central da cidade, onde na década seguinte, além da mítica festa Zoeira Hip Hop (produzida por Elza Cohen), nasceriam duas batalhas de MC's que foram muito marcantes para cena atual: a tradicional Batalha do Real e a Batalha do Conhecimento.


No mesmo período, com influência do Cypress Hill,do Beastie Boys e outros, o grupo carioca Planet Hemp levanta a bandeira pela legalização da maconha no Brasil. Vale lembrar que a juventude negra e pobre tem sido massacrada pelo sistema capitalista e a sua lucrativa “guerra contra as drogas”. O grupo foi preso em 1997 em Brasília, acusado de fazer apologia ao uso da maconha.

Além das influências estrangeiras, a diversidade compõe o freestyle brasileiro, que encontra pontos de contato, por exemplo, com o repente (p.ex.: Caju e Castanha) e o samba de Partido Alto (p.ex.: Bezerra da Silva), que podem ser considerados ícones de resistência da cultura brasileira.


Marcelo D2 e a influência do Black Power ("Camisa 10" 1998). / Foto: Internet


Nos dias atuais, a cultura Hip Hop ganhou uma proporção gigantesca, e vive um momento crucial de amadurecimento. Independente da perseguição, centenas de rodas culturais acontecem em diversas regiões do país, jovens promovem as batalhas de MC's em ocupações nas praças e espaços públicos abandonados, mobilizam milhares de pessoas nas ruas, e são um verdadeiro fenômeno de resistência da vida cultural nas cidades.

Em 2017, só no Rio de Janeiro aproximadamente 200 rodas culturais são realizadas semanalmente, em todas as regiões do estado. Nas ruas e praças ocupadas calcula-se a mobilização de dezenas de milhares de pessoas, apenas no RJ. Isso sem falar nas redes sociais... Mas, afinal, o que isso quer dizer?... O povo propõe uma saída alternativa que dá voz a pessoas excluídas.

Acredito que o objetivo das rodas culturais é essencialmente criar um ponto de encontro onde cada pessoa possa expressar a sua verdade no mundo.

Então, por que as rodas culturais são perseguidas pela polícia?!... A resposta parece bem simples... é porque a polícia defende interesses que não são exatamente os interesses do povo. E por que o Estado é inimigo das rodas culturais?... Ora, porque as rodas culturais nascem da inventividade da utopia revolucionária.



Roda de Freestyle sob o Viaduto Santa Tereza , no Centro de Belo Horizonte, MG, 2017. (Foto: Pablo Bernardo/Indie BH)


Uma das formas de perseguir as rodas culturais é por meio da burocracia, outra maneira de tentar intimidar as pessoas que organizam as rodas é com a abordagem truculenta da PM-RJ. Certamente, quem organiza ou organizou batalhas no RJ já se perguntou: "Qual ameaça uma batalha de MC's oferece à ordem pública?"

Para realizar uma roda cultural com batalha de rimas é necessário ocupar um espaço (p.ex.: praça) e reunir pelo menos dez pessoas, contando DJ e MC's. Se não tiver equipamento de som e DJ, tem como rimar a capella no Beatbox. Rimas à capela funcionam bem no freestyle (versos improvisados na rima). A roda do freestyle é onde nasce cada MC de batalha, e ocorre sem microfone, podendo servir de aquecimento. Mas para decidir uma batalha de MC's com uma plateia grande é preciso ouvir bem as rimas, então, é preferível fazer com equipamento de som.




Roda Cultural de Volta Redonda, RJ  / Foto: Diogo Carvalho



A batalha consiste geralmente em duelos de rimas improvisadas em dois rounds de 30 a 45 segundos ao som da batida (ataque e resposta). A plateia decide quem vence por meio das palmas. Na dúvida, conta-se o número de mãos levantadas para cada MC, em caso de empate, a plateia pede o 3º round (tréplica).


O desafio, ou seja, o objetivo da batalha de rimas é superar a pessoa adversária, conquistando o barulho da plateia. Para compreender os critérios do público, é preciso conhecer um pouco a linguagem de rua: flow, speedflow, flipada são expressões relacionadas com a métrica dos versos, com a parte rítmica do improvisado. Se a(o) MC quiser pronunciar as palavras em alta velocidade e ser compreendida(o), é importante cuidar da dicção. MC's com bom domínio da técnica são capazes de impressionar a plateia, mas a criatividade é a chave da vitória.


Numa batalha, a comunicação entre MC e plateia vai muito além da técnica, também contam o carisma, a desenvoltura da pessoa durante a performance, dependendo a plateia pode preferir versos combativos, com rimas de impacto e infalíveis chaves de ouro... ou versos satíricos, de escárnio, de maldizer, como anedotas que desmoralizam o oponente e arrancam o riso à volta.


Especialmente para MC's de batalha e Beatmakers, as rodas culturais são como "reinos da fraternidade e da felicidade". Mas, por  outro lado, a consciência aguda da impossibilidade de preservação, que se observa em uma boa parte dos versos improvisados mostra que a batalha se estrutura para construir um discurso ilustrativo da guerra...

As batalhas de sangue são como um teatro da guerra. E de qual guerra estamos falando?... Da guerra que é a causa da vulnerabilidade social nas cidades.



Protestos na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro, em 2013, ano que marcou o boom das rodas culturais. (Foto: Ruy Barros)



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PM agride estudante desarmada e indefesa, contrária à reorganização escolar, em avenida ocupada em SP, 2016. (Foto: Marlene Bergamo)


"Eu vejo a multidão de cego só crescendo olho na terra
Querem as jóias da coroa, forças, fronteiras se alteram
Geral quer ser rei, conspiram pro tempo que não espera
Impérios caem com novos reis, os tempo passam a ser de guerra
(...)
É a guerra, neguin! Pra onde correr não tem
Fumaçou, ouço chamar meu nome, não vejo ninguém
Vários sumiram, famílias tão sem notícia
Mancha vermelha nas de cem e envelope na mão do polícia
(...)"
MC Marechal ("Guerra")


O Hip Hop germina em um cenário rude e desafiador, o caos, a margem, o mundo à parte, a destruição que o capitalismo promove. O Hip Hop é a vida resistindo. É naturalmente combativo por ser luta. É essencialmente contundência por ser Vida.



MV Bill, BK, Funkero e ADL: "Favela Vive 2 (Cypher)" / Foto: Internet


Estando fora do senso comum, não há caminhos fechados para a cultura Hip Hop. Diversas figuras marginalizadas estão presentes, por exemplo, no imaginário do Rap: os malandros, o jogador, o cafetão e a cafetina, a prostituta, o traficante, o viciado, o ladrão, o vagabundo, e, nesse sentido, a "trapaça" ganha o sentido de rebeldia ao sistema. Para alguns estudiosos, um dos arquétipos mais intrigante nos videoclipes de Rap é a mulher fatal, que pode ser interpretada como uma representação do total descontrole dos homens sobre a natureza.

De certa forma, aprender a conviver com o descontrole é saber viver… Pois sem a nossa liberdade jamais estaremos plenos para viver. Estamos sobrevivendo em uma sociedade que transforma os seres humanos em máquinas, objetos, coisas, e é fundamental refletir sobre o que a rua está nos ensinando. Nesse sistema racionalista que supervaloriza os planos de negócios, definindo metas de produtividade, que muitas vezes nos levam aos limites extremos do nosso tempo, o transe de cada MC naquele fragmento de segundo entre o pensar e o versar, a batida, a dança, o grafite, a roda... Tudo isso remonta aos nossos ancestrais.

Sem hierarquia, pois todos estão em posição de igualdade na roda. DJs tocam para os B-Boys e B-Girls dançarem, e em volta deles se forma uma roda. Sobre as batidas, MC's improvisam suas rimas, e, em volta deles, se forma uma roda. Todo esse contexto inspira uma narrativa, que dá voz não apenas aos excluídos, mas a nossa própria ancestralidade.


Existe uma relação fundamental entre a cultura Hip Hop e os Griôs. MC's contam histórias. A palavra griô tem origem na tradição oral africana, referindo-se a mestres portadores de conhecimentos e fazeres da cultura. Os saberes são transmitidos oralmente pelos griôs. Assim, cada MC pode ser mediador(a) da transmissão oral, como bibliotecas vivas das histórias, conhecimentos e práticas da tradição. Cada MC pode atuar onde o livro não alcança.



Griôs (Fonte: Internet)


Entretanto, o sistema capitalista oferece um mundo escasso, onde não tem lugar para todos. Onde só quem “merece” receberá seu "medalhão"... mesmo que as condições de luta não sejam as mesmas entre os "concorrentes". Um mundo onde só existe um modo certo de ser, pensar e agir. Os padrões, os modos são predeterminados pela sociedade excludente, que promove a exclusividade, que exclui as pessoas ditas "diferentes". Mas diferentes de quem?... Diferentes para quem?...

As batalhas de MC's vem reproduzindo esse modo de pensar canibal. Só que é impossível lutar por igualdade e aceitar uma lógica que tem como base a exploração da vida. Qual o sentido, por exemplo, de um rap misógino, homofóbico, reacionário, ou uma batalha de MC’s em que somente alguns têm direito à voz, onde não há oportunidade para todos, onde falta espaço. Uma cena incapaz de olhar para além do eixo central é uma cena incapaz de pensar fora da caixa. Esse é o lugar do capitalismo que produz as injustiças contra as quais o Hip Hop vem lutando desde o seu nascimento.


Acredito que para ter coerência naquilo que se propõe, o Hip Hop deveria ser anticapitalista. Todas as correntes de pensamento anticapitalista poderiam conviver dentro da proposta essencial do Hip Hop. Esse é o maior paradoxo de uma cultura mergulhada em conflitos existenciais, repleta de barroquismos. Acreditar que é possível desafiar o sistema dentro do sistema é uma armadilha que leva à recusa de soluções alternativas.

Como escapar da lógica do sistema?.... Estamos buscando a resposta, mas acredito que seja estudando e praticando novas formas de se relacionar internamente e com a realidade à volta.


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Na música "Monster", Nicki Minaj reproduz a lógica de competição, especialmente entre mulheres, e a valorização do ter: “Mas minhas colaborações e meus shows são dez vezes o seu salário"

Grande parte das pessoas usa o Hip Hop para satisfazer suas próprias necessidades, quando outras simplesmente vivem o Hip Hop. Nós, mulheres, podemos desempenhar um protagonismo central para a construção de uma sociedade livre. E nossa libertação é o primeiro passo. Não aceitar os padrões de beleza impostos às mulheres pelos homens e pela sociedade. Se existe uma nação Hip Hop, antes de formar qualquer nação, nós mulheres deveríamos ser livres, e não o contrário. Precisamos questionar frontalmente o modelo patriarcal e repressivo sob o qual vivemos até agora. É preciso enfrentar a mentalidade dos nossos próprios companheiros. Uma ruptura radical.


MC Carol "Bandida" e Karol Conka: "100% Feminista" (2016)
O que está acontecendo hoje no Hip Hop também diz respeito à luta pelos direitos das mulheres... Atualmente, em várias partes do mundo, existem muito projetos para o futuro baseados em uma teoria econômica feminista. Ou seja, uma teoria econômica em que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens. Uma economia alternativa com um pensamento criado fundamentalmente por mulheres. O que isso significa?... Ruptura.

Pessoas que participam da comunidade Hip Hop precisam despertar com novo olhar para si mesmas. Deixo aqui um convite para o exercício da desconstrução diária. Seres humanos que respiram o Hip Hop, nenhuma arma e nenhuma armadura torna alguém mais forte do que a pessoa capaz de resistir selvagemente. É preciso coragem!


Aline Pereira

Comentários

  1. O Hip Hop não é nem capitalista nem socialista, é um ritmo altamente criativo criado por negros da classe operária. Não foi criado para ser de esquerda ou direita, até porque estes conceitos foram criados na Europa, visando os povos da Europa, muito distante da realidade dos negros. Tentar enquadrar o Rap em um conceito ideológico é algo muito limitado para um estilo musical extremamente criativo.

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    1. Sim, Thiago! Mas o que tentamos apontar no texto são algumas das contradição de uma cultura fruto da sociedade industrializada, capitalista liberal, e que, por seu caráter de protesto (capaz de gerar efeitos sociais além dos previstos) ao mesmo tempo se apresenta anticapitalista. Tentar escapar à lógica do sistema capitalista não significa ser socialista... Resistir ao capitalismo não implica obrigatoriamente na defesa do socialismo. Acredito que podemos superar essa dicotomia. Concordamos que tentar enquadrar o Rap em um conceito ideológico é limitado, muito obrigada pelo seu comentário! #BatalhaDasMusas

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Maravilhoso
    Parabéns pela linda reflexão e enriquecedor texto
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    Att. Samuel Locutor (poeta e MC do Coletivo Poetas Favelados)

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